André Paxiuta

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Pedrogão. Wild fire aftermath

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On the 17th of June 2017, the central region of Portugal was hit by one of the largest forest fires to ever occur in the country (third largest forest fire of Europe) destroying an area of over thirty-thousand hectares. Fed by strong westerly winds the fire started close to the town of Pedrogrão Grande, rapidly spreading to the municipalities of Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Penela, Pampilhosa da Serra and Sertã, killing 64 people, wounding more than 200 people and creating a trail of destruction with an estimated loss of over 500 million euros.

After 12 months of the Pedrogão event, little or nothing has changed. The burnt forests are regenerating with eucalyptus bursting from its roots and with the bushes closing, forming impenetrable castles until the arrival of the next fire.

The history of forest fires in Portugal is not new, nor un-natural, but its connection to the forest industry and proliferation of monocultures is hard to miss. Since the passing of the so-called "eucalyptus law" in 2013, the planting of eucalyptus tree (Eucalyptus globulus) in Portugal was simplified with the objective of feeding the growth of the paper-pulp industry. In 2017, 86% of the reforested areas in Portugal involved this specie, which has been contested by experts for its increase in fire hazard, the reduction of biodiversity and the degradation of the soil.

In the context of the countries of southern Europe, Portugal is the most affected by fires, with an average of 35% more occurrences than neighbouring Spain and a further 20% of the area burned in spite of the agroforestry area being smaller in 80%. The existence of Mediterranean vegetation, an increasingly hot and dry climate during the summer season, the strong rural and forest abandonment, and the proliferation of eucalyptus monocultures combined with negligent activities are some of the factors behind the observed trends.

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No dia 17 de Junho de 2017 a região centro de Portugal foi tomada pelo maior incêndio florestal alguma vez registado em território nacional (terceiro maior da Europa) queimando cerca de 30.000 hectares de floresta. Alimentado por fortes rajadas de oeste o fogo, com início nos arredores da vila de Pedrogão Grande, alastrou aos municípios de Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Penela, Pampilhosa da Serra e Sertã, matando 64 pessoas, ferindo mais de 200 e criando um rasto de destruição que ascende a 500 milhões de euros de prejuízo.

Passados 12 meses do evento de Pedrogão, pouco ou nada mudou. As florestas ardidas renegeneram-se com o eucalipto a rebentar de touça e com os matos a fecharem-se, formando castelos impenetráveis até à chegada do próximo incêndio.

A história dos fogos florestais em Portugal não é nova , nem anti-natural, mas a sua relação com as políticas de gestão florestal e proliferação de monoculturas é difícil de deixar escapar.

Desde a entrada em vigor da denominada “Lei do eucalipto”, no ano de 2013, que a plantação de eucalipto (Eucalyptus globulus) em Portugal foi simplificada ao abrigo da lei em vista do crescimento da indústria de celulose. No ano de 2017, 86% da área afecta a arborizações e re-arborizações realizadas no país envolveram esta espécie, muito contestada por especialistas devido ao incremento do risco de incêndio, pela redução da biodiversidade e pela degradação do solo.

No contexto dos países da Europa do Sul, Portugal é o país mais afetado por incêndios florestais, tendo em média mais 35% de ocorrências do que a vizinha Espanha e mais 20% de superfície de área ardida apesar da área agro-florestal ser 80% inferior. A existência de vegetação mediterrânea, de um clima cada vez mais seco e quente durante a época estival, o forte abandono rural e da floresta e a proliferação de monoculturas florestais de eucalipto aliada a comportamentos negligentes, são alguns dos factores por de trás das tendências observadas.